by Juarez Barbosa Juarez Barbosa

Durante minhas visitas em áreas operacionais ou mesmos em obras civis e ou mecânicas temos identificado um risco que vem ocorrendo de forma generalizada que se refere ao uso de talabarte com absorvedor de energia com fator de queda 2 por exemplo em locais com sem Zona livre de queda (ZQL), muito comum em atividades de montagem e desmontagem de andaimes por exemplo!

Este risco deve-se ao fato de que existe um enorme contingente de executantes que estão realizando atividades com fator de queda suficiente para abrir o absorvedor de energia, sem que seja levado em consideração da Zona livre de queda necessária para absorver a energia da queda.

“Zona Livre de Queda” – ZLQ; que pode ser definida como região compreendida entre o ponto de ancoragem e o obstáculo inferior mais próximo contra o qual o trabalhador possa colidir em caso de queda, considerando a distensão ou deformações previstas na linha de vida, como uso de absorvedores de energia de queda até o nível do chão ou obstáculo mais próximo.

Este quesito atende a norma NR 35.5.11

O Risco mais comum se deve ao fato do executante estar utilizando um cinto com absorvedor de energia acoplado a um olhal ou estrutura de rigidez elevada.

Um Indivíduo de 100 kg em fator de queda FQ=2 ao cair vai gerar um impacto significativo no ponto de ancoragem.

A força é elevada uma vez que a energia da queda Ep = mgh vai ser dissipada pelo cinto de segurança e o absorvedor de energia e o corpo do acidentado que vai ser apertado pelo cinto, além da flexibilidade da linha de vida.

Uma vez o trabalhador tenha uma queda afixado a um olhal com rigidez elevada, maior parte da energia vai ser dissipada pelo absorvedor de energia, que existe para cumprir a determinação da legislação brasileira que define como 6.000 newtons (611 kgf) a forca máxima que deve ser suportada pelo homem em queda.

O absorvedor que tem a função de desacelerar o movimento de queda do trabalhado e começa a abrir com uma força geralmente entre 200 kgf e 300 kgf, as costuras se rompem e a fita se alonga conforme é desdobrada.

Δ Energia = Trabalho

  • mgh = F x d como olhal tem uma rigidez elevada e admitindo um deslocamento de 100 mm pela deformação do cinto para a queda de uma altura h capaz de abrir o absorvedor considerando 300 kgf
  • 300kgf = 3000 N
  • 100 kg x 9,8 m/s² h = 3000 k x 0,100 m onde h = 0,306 m
  • Então uma queda de aproximadamente 300 mm é capaz de iniciar a abertura do absorvedor de energia, considerando que num fator de queda 2 a altura de queda é de 3,6 metros, o absorvedor pode abrir até o final.

Por isto existe uma recomendação que vem gravada no cinto de segurança, neste caso é de considerar a medida da abertura total de 4,9 m para cinto utilizado conforme figura abaixo, para cálculo da Zona livre de Queda!

Calculando a Zona Livre de queda par garantir que o trabalhador não acidente pelo uso incorreto do talabarte com absorvedor de Energia teremos:

 

H1= considerando ao alongamento do cabo = que neste caso não existe = 0

H2 = Abertura completa do talabarte e absorvedor de Energia = 4,9 m

H3= Distancia da fivela tipo D ao é do Executante = 1,5 m

H4 = Altura de segurança estabelecia por norma = 1,0 m

H total = 7,4 metros

 

Recomendações

  • Só devemos utilizar o talabarte com absorvedor de Energia em alturas superiores a 7,4 metros.
  • Nunca se posicionar em fator de queda 2 nestas condições, ou seja, sem o absorvedor de energia porque as forças de desaceleração serão muito elevadas.

 

Para Trabalhos nas Oficinas a melhor solução do ponto de vista técnico é adotar pórticos com trava quedas retráteis, utilizando mesmo padrão adotado conforme a figura a seguir:

Nas Montagens de Andaime com Altura menor que 7 metros recomendamos utilizar talabarte sem absorvedor de energia e nunca se colocar em fator de queda 2.

 

Nosso objetivo é Salvar Vidas