Independentemente do número de lingadas ou do tipo de amarração utilizado em balancins ou espaçadores na movimentação de carga, a escolha das lingadas e do tipo de amarração deve sempre considerar a estabilidade da peça e o fator de segurança adequado para cada tipo de amarração, seja ela vertical, enforcamento da peça ou mesmo amarração tipo Cesta.
A primeira preocupação deve estar em garantir que o centro de gravidade esteja debaixo e alinhado com o gancho do guindaste e abaixo do ponto de pega da peça a ser içada.
Vejam Post “Importância da identificação do “Centro de Gravidade” da peça na “Movimentação de Carga”” – link abaixo
Vencido os riscos da amarração da carga relativo ao centro de gravidade, de forma a manter a carga em condições estáveis, temos agora que nos atentar para alguns aspectos de segurança para cada tipo de amarração.
Seguem abaixo os diferentes tipos de amarração
A “Amarração Vertical e A Amarração enforcada é muito utilizada na movimentação, entretanto deve se atentar que quando utilizado isoladamente, isto é uma eslinga levantando uma peça qualquer, este tipo de amarração não oferece o melhor controle de carga relativo a proteção contra rotação da peça que está sendo içada, neste caso recomenda-se utilizar neste tipo de amarração uma corda guia para controlar a rotação indesejada da peça. É uma amarração eficaz quando usado em múltiplos pontos de pega ou quando dois ou mais pontos de fixação são fornecidos na carga.
Informação importante relativa aumento de tensão no cabo devido a diâmetro da perça a ser içada
Um problema no engate tipo cesta ou mesmo na peça enforcada é que muitas vezes é preciso fazer correções pelo o que é chamado de relação D / d.
Quando uma eslinga é dobrada em torno de uma peça, as partes internas do cabo de aço são comprimidas e as área externas do cabo de aço se estendem, ou seja, são tracionadas. Neste caso vão estar sujeitas a tração de forma diferenciada considerando as diferentes pernas do cabo de aço.
Se a peça tem um diâmetro grande, não há risco de tensões elevadas no cabo provocarem danos ao cabo, entretanto se o diâmetro da peça é pequeno vão ocorrer tensões de deformação que podem levar a danos permanentes no cabo de aço até mesmo aumentar o risco de ruptura.
No quadro abaixo temos a relação que afeta a capacidade do cabo em função das tensões de deformação
Por isto quando a eslinga é dobrada em torno de um pequeno diâmetro é exigido assim uma redução na capacidade para evitar riscos desnecessários.
Para determinar essa redução, a relação D / d deve ser calculada e depois verificada em uma tabela como a Tabela abaixo
O “D” é o diâmetro da peça a ser suspensa e o “d” é o diâmetro da eslinga
Por exemplo, uma eslinga de 1,5 polegadas tem uma capacidade de carga de 21 toneladas e se dobra em torno de algo que tem 6 polegadas de diâmetro que pesa 37 toneladas.
Se a relação D / d fosse ignorada, a capacidade para uma amarração tipo cesta deveria ser duas vezes a capacidade de levantamento da eslinga passa duas vezes a capacidade nominal do cabo, neste caso seria de 2 x 21 toneladas, ou seja, 42 toneladas.
No entanto segundo critérios da norma ASME B30.9, a relação entre o diâmetro da peça e o diâmetro do cabo (D / d) deve ser fatorado.
Assim, para uma peça de diâmetro de 6 polegadas, suspenso por uma eslinga de 1,5 polegadas, dá um fator de redução da capacidade de D/d = 4 polegadas.
Entrando no ábaco abaixo veremos que para uma relação D/d = 4 indica, é necessário uma redução na capacidade de elevação do cabo de aço para 75% da capacidade, neste caso como uma eslinga em amarração tipo cesta seria capaz de suspender cargas de até 42 toneladas, vai ser reduzida para 31,5 toneladas, neste caso teremos que utilizar uma eslinga de maior capacidade nominal porque 37 toneladas excede o peso limite devido as tensões de contato com a peça.
Se estiver trabalhando por exemplo em uma Eslinga na amarração enforcada ou na amarração direta teremos então que multiplicar a capacidade de 21 toneladas por 0,75 para evitar que coloquemos em risco a atividade de movimentação de carga pelas tensões geradas no contato com a peça.
Neste caso para uma eslinga de capacidade de 21 toneladas vai ter sua capacidade reduzida conforme segue; 21 X 0,75 = 15,75 toneladas.
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