by Juarez Barbosa Juarez Barbosa

Uso de ROPS na Proteção contra acidente Fatal no Capotamento de Equipamentos de Mineração, construção Civil e agricultura.

Os veículos pesados ​​utilizados nas indústrias rural, de mineração e de construção são mais suscetíveis ao tombamento devido ao fato de terem um alto centro de gravidade e geralmente operam locais em declives e desníveis acentuados no terreno.

O dispositivo é conhecido no Brasil como “Santo Antônio” também conhecido internacionalmente como “ROPS” que é abreviatura de “Rollover Protection Systems” da língua inglesa, é um dispositivo de engenharia concebido para proteger os ocupantes de um veículo ou equipamento em caso de acidente com capotamento ou tombamento.

O Ministério do Trabalho através da NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração, trata do assunto sobre o transporte de pessoal e carga em atividades de mineração mais especificamente no item 22.7 – Circulação, Transporte de Pessoas e Materiais.

Entretanto este documento, não menciona nem trata a necessidade de se empregar alguma proteção extra nos equipamentos e ou veículos de transporte de passageiros visando mitigar riscos de fatalidades no capotamento.

 

Entretanto este Dispósitivo (ROPS) é tratado com detalhes pela Norma Americana OSHA (Occupational Safety & Health Administration), que define os requisitos mínimos para projeto de sistemas de proteção para diversos tipos de veículos (scrapers, loaders, dozers, graders, e crawlertractors).

 

Esta Proteção foi idealizada normalmente para Veículos que operam em baixa velocidade 25 km/h

 

Já a norma Australiana trata do assunto no documento “AS 1636” sob o título de “Estruturas de Proteção contra Deslizamento – Critérios e Testes”

 

Esta norma trata de projetos de proteção onde se empregam veículos operam a baixa velocidade (25 km/h Máximo) com baixa probabilidade de colisão com outros veículos e objetos, possuindo alto peso por exemplo; no uso de tratores, neste caso o projeto visa mitigar riscos decorrentes da capotagem somente para o seu próprio lado, ao invés de várias vezes sobre si mesmo.

O ROPS, para essa categoria de veículo, o sistema de proteção para veículos enquadrados nesta condição está projetado para penetrar no solo e evitar seu deslizamento lateral:

Já a Norma Australiana AS 2294: Está voltada para máquinas que operam com baixa probabilidade de ocorrência de capotagem ou mesmo colisão ocorrida em alta Velocidade.

Para os quais os Sistemas de Proteção são projetados visando proteger o veículo contra a penetração de objetos em queda na cabine e no eventual deslizamento e, capotagem lateral.

Esta norma é aplicável às máquinas que trabalham em terrenos inclinados e às máquinas usadas em operações de mineração e em atividades florestais.

No Brasil adota-se a Norma (NBR NM – ISO 3471 (2000)) que é a adoção integral da Norma ISO 3471 – Earth-Moving Machinery – Rollover Protective Structures – Laboratory Tests and Performance Requirements.

A Norma estabelece Testes Laboratoriais e requisitos de desempenho), estabelece alguns meios de avaliação de características mecânicas de ROPS no tocante à sua capacidade de suportar cargas estáticas, e estabelece alguns requisitos de desempenho para corpos de prova representativos submetidos a um determinado carregamento.

Esta Norma se aplica aos seguintes equipamentos:

  1. Caminhões basculantes fora-de-estrada com chassi rígido.
  2. Caminhões basculantes fora-de-estrada com direção articulada
  3. Moto-niveladoras
  4. Tratores e pás-carregadeiras de esteiras
  5. Tratores e pás-carregadeiras sobre Pneus
  6. Rolos Compactadores
  7. Rolos Compressores
  8. Retroescavadeiras

 

Focando nos Resultados

O uso de ROPS na redução de fatalidades em tratores empregados em diversas  atividades da agricultura foi avaliado por Reynolds e Groves (2000).

Olhando estudo podemos dizer que se destacam os principais resultados listados abaixo:

Acidentes com capotagem de tratores provocam a morte de aproximadamente 200 trabalhadores por ano nas fazendas dos Estados Unidos.

Nos estados unidos existem aproximadamente 5 milhões de tratores o que da uma taxa de fatalidades de 40 fatalidades por milhão ano considerando toda população de tratores, entretanto cerca de 50% dos tratores usados em fazendas estadunidenses possuem ROPS ; então a taxa de fatalidades deve estar concentrada nos equipamentos sem proteção, considerando esta hipótese teremos uma taxa de 80 fatalidades por milhão!

Que é considerada muito alta para os padrões de aceitação de risco internacional.

Na Austrália a legislação sobre uso de ROPS para tratores tornou-se obrigatória em 1982. Desde então, houve um declínio de 72% nas mortes por capotagem, há também evidências da Suécia e de outros países nórdicos demonstram que o uso de ROPS pode, essencialmente, reduzir fatalidades devido a ocorrência de capotagem;

Um estudo realizado por Serviço de Assistência Emergencial de Estrada (RACV) mostra que os motoristas de veículos com tração nas quatro rodas têm mais de três vezes chances de morrer em um acidente de capotagem do que aqueles em carros de passeio comuns.

As capotagens são responsáveis por 30% das mortes e ferimentos graves por acidentes com veículo de tração nas quatro rodas.

Estatísticas mostram que preocupação com a capotagem é significativamente ampliada quando os veículos são operados em ambientes não urbanos, onde 44% das mortes de ocupantes ocorrem na zona rural da Austrália Ocidental por exemplo.

Isso coloca o ambiente de risco de mineração e Construção Civil , com seus funcionários e seus contratados em condição de risco aumentado, já que os veículos mais comuns usados nestes sites são geralmente são conduzidos em ambientes não urbanos e com desníveis considerados.

As capotagens podem ocorrer devido a alta velocidade nas curvas, elevado centro de gravidade das cargas, devido a inexperiência do motorista, nas condições da estrada abaixo do padrão, nos veículos sobrecarregados, veículos com falha mecânica na fadiga, na colisão com outro veículo ou objeto ou atravessando uma ladeira crítica. Esses acidentes podem ocorrer com os motoristas mais experientes, independentemente da hora do dia e em qualquer superfície.

Então fazer o gerenciamento de risco visando evitar o tombamento é muito difícil devido a enorme gama de variáveis que afetam a probabilidade de ocorrência.

Neste caso a melhor abordagem é trabalhar na redução da severidade e ROPs é a melhor opção.

Porque sem proteção capotagem a força sobre a estrutura da cabine acima de cima para baixo e nas laterais em relação resistência oferecida pelo projeto inicial da estrutura da cabine é insuficiente para manter um espaço de sobrevivência adequado dos ocupantes, ou seja, o teto desaba e esmaga os ocupantes.

Então mesmo que um veículo venha a capotar a severidade da lesão no ocupante vai ser significantemente reduzida se os cintos de segurança de qualidade estiverem ajustados corretamente ao corpo dos ocupantes ​​no momento do impacto, e sistemas de proteção contra deformação da cabine estiverem corretamente projetados e instalados.

 

Nosso Objetivo é salvar vidas