by Juarez Barbosa Juarez Barbosa

Diferenças existentes entre Normas em relação aos fatores de segurança a serem adotados nos projetos de uma linha de vida

O fator de Segurança, ou índice de segurança de um dimensionamento de cabo de aço por exemplo é dado pela razão entre a sua carga de ruptura mínima e sua carga projetada para trabalho.

A carga de ruptura de um cabo está relacionada com a resistência dos seus arames multiplicada pela soma da área metálica de todos os arames.

Os fatores de segurança de para cabos de aço variam, tipicamente, de 3 a 12, dependendo do tipo de aplicação, como uso em teleféricos, uso em elevadores, uso em guinchos de transporte de pessoal em minas subterrâneas, linhas de vida etc.

No Brasil, a NR 18, que trata sobre “Trabalho em Altura”  no item 18.16.2.1, estipula que os cabos de aço devem ter carga de ruptura equivalente a, no mínimo, 5 (cinco) vezes a carga máxima de trabalho a que estiverem sujeitos, correspondendo então a um fator de segurança FS = 5, independentemente do tipo de aplicação do cabo ou tipo de cabo empregado.

As normas estrangeiras que tratam sobre o projeto de sistemas de linha de vida horizontal têm estabelecido fatores de segurança menores que normatização brasileira.

A norma ANSI Z359.2 (2007), Americana, estabelece que a linha de vida horizontal deve sustentar no mínimo duas vezes a tensão máxima produzida na linha durante a captura da queda na direção aplicada pelas forças da linha de vida, neste caso a melhor forma de calcular o impacto na linha é utilizando a Equação de Sulowski abaixo ou realizando testes práticos com uso de células de carga e realizando quedas de peso na linha.

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Ver detalhes de como calcular a força de impacto na linha ver Post “ Dinâmica da Queda”

Do mesmo modo, a norma europeia ISO 16024 (2005) e a norma americana OSHA Padrão – 29 CRF, sub-parte M (2011) definem um coeficiente de segurança mínimo de 2,0 relativo a forças de impacto para dimensionamento do cabo e ancoragem da linha de vida.

Ponto de Ancoragem

A Norma Americana OSHA trata os pontos de ancoragem para posicionamento individual com duas condições de rigor, uma condição para pontos certificados e outra para pontos sem certificação, a norma brasileira, não faz diferença entre ancoragem certificada ou não!

 

OBS: É obvio que é uma fragilidade da norma brasileira NR 18 não dar tratamento diferenciado a ancoragens certificadas em relação a ancoragens construídas no campo.

Quando um ponto de ancoragem estiver suportando uma linha de vida então o ponto de ancoragem deve ser dimensionado pela tensão de ruptura do cabo de aço escolhido, quando este exceder os valores da tabela anterior.

Suponhamos que estejamos dimensionando uma linha de vida segundo critérios das Normas Brasileiras, suponhamos que chegamos no dimensionamento a escolher um cabo de aço de 5.000 kgf de carga de ruptura, então não faz sentido dimensionar o ponto de ancoragem abaixo de 2.500 kgf, por exemplo.

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Força admissível sobre corpo em queda ao ser desacelerado pelo sistema de proteção contra quedas

A norma Brasileira ABNT NBR 14629:2010 estipula, que para um corpo ciando na linha de vida ou ancoragem a máxima de frenagem (Fmax.) admissível não pode exceder 6 kN (600 kgf)

A Norma Europeia EN-355 estipula também o limite de 6 kN (660 kgf)

A Norma Americana ANSI-Z- 359.1 estabelece limita de em 4 kN (400 kgf) 

A Norma Canadense Classe E4-CSA-Z259.11.05 estabelece limite de 6 kN (660 kgf)

A OSHA e Norma Canadense Classe E6- CSA estabelece limite de 8 kN (800 kgf)

Relação de Normas que versam sobre assunto, “Trabalho em altura e contenção de quedas”.

Normas Europeias

  • Normas ISO
    •  ISO 10333-1: 2000 – Sistemas pessoais de retenção de queda – Parte 1: Cintos de Segurança tipo paraquedista de corpo inteiro
    • ISO 10333-2: 2000 – Sistemas pessoais anti-queda – Parte 2: Cintos e absorvedores de energia.
    • ISO 10333-3: 2000 – Sistemas pessoais anti-queda – Parte 3: Linhas de vida auto-retráteis
    • ISO 10333-4: 2002 Sistemas pessoais de retenção de queda – Parte 4: Trilhos verticais e linhas de vida verticais que incorporam uma proteção contra quedas de tipo deslizante.
    • ISO 10333-5: 2001 – Sistemas pessoais de detecção de queda – Parte 5: Conectores com portas de fecho automático e travamento automático
  •  Normas EN 
    • EN353 -1 – Sistema anti-queda móvel sobre suporte de segurança rígido
    •  EN353 -2 –  Sistema anti-queda móvel sobre suporte de segurança.
    • EN354 – Cordas e elementos de conexão ou componentes de um sistema. Pode tratar-se de cordas, fibras sintéticas, cabos metálicos, correias ou correntes. Comprimento máximo de 2 m. Advertência: uma corda sem absorsor de energia não deve ser utilizada como um sistema de interrupção das quedas.
    • EN355 – Absorvedores de Energia, Componente de um sistema de interrupção das quedas que permite interromper uma queda de altura em plena segurança reduzindo ao mesmo tempo o impacto do choque.
    • EN358 –  Sistema de estabilização no trabalho.
    • EN360 – Sistema anti-queda com sistema de retrocesso automático.
      Antiqueda com bloqueio automático e sistema de tensão e de retrocesso automático da corda. Um elemento de absorção de energia pode ser integrado no anti-queda.
    • EN361 – Cintos de Segurança de proteção contra Queda
      Dispositivo de apreensão do corpo destinado a interromper as quedas. O cinto de segurança anti-queda pode ser composto de correias, ferragens e outros elementos dispostos e ajustados no corpo de um indivíduo de forma adequada para segura-lo durante uma queda e após interrupção da queda.
    • EN362 – Dispositivos de ligação
      Elemento de ligação ou componente de um sistema. Um dispositivo de ligação pode ser um mosquetão ou um gancho.
    • EN795 – Dispositivos de Ancoragem 
      Elemento ao qual se pode amarrar um elemento de proteção individual.
    • EN363 – Sistemas de Interrupção de quedas
      Conjunto de equipamentos de proteção individual contra as quedas de altura ligados entre si e destinados a interromper uma queda.
      Um sistema de interrupção das quedas deve incluir no mínimo um arnês anti-queda e um sistema anti-queda.
    • EN364: Procedimentos de Ensaio
      Descreve os procedimentos de ensaio dos diferentes EPI contra as quedas de altura assim como a aparelhagem de ensaio.

Normas Americanas

  • Normas ANSI
    • ANSI / ASSE Z359.0-2012 – Definições e Nomenclatura Utilizadas para Proteção contra Quedas e Arruamentos de Queda
    • ANSI / ASSE Z359.1-2007 – Requisitos de segurança para sistemas, subsistemas e componentes pessoais de parada de queda
    • ANSI / ASSE Z359.2-2007 – Requisitos mínimos para um programa abrangente de proteção contra quedas.
    • ANSI / ASSE Z359.3-2007 – Requisitos de segurança para sistemas de retenção de posicionamento
    • ANSI / ASSE Z359.4-2013 – Requisitos de segurança para sistemas, subsistemas e componentes de salvamento assistido e auto-resgate
    • ANSI / ASSE Z359.6-2009 – Especificações e requisitos de projeto para sistemas ativos de proteção contra quedas.
    • ANSI / ASSE Z359.7-2011 – Testes de Qualificação e Verificação de Produtos de Proteção contra Quedas
    • ANSI / ASSE Z359.11-2014 – Requisitos de segurança para arneses de corpo inteiro
    • ANSI / ASSE Z359.12-2009 – Componentes de conexão para o sistema pessoal de parada de queda
    • ANSI / ASSE Z359.13-2013 – Absorventes Pessoais de Energia e Cintas de Absorção de Energia
    • ANSI / ASSE Z359.14-2014 – Requisitos de segurança para dispositivos auto-retráteis para sistemas pessoais de parada e resgate
    • ANSI / ASSE Z359.15-2014 – Requisitos de segurança para linhas de salvamento de âncora única e dispositivos de parada de outono para sistemas pessoais de parada e resgate

Normas Canadense

  • Canadian Standards Association; CSA
    •  CSA – Z259.17-16 – Seleção e utilização de equipamentos e sistemas ativos de proteção contra quedas
    • CSA Z259.16-2015 -Revisão CSA Z259.16-2004 (R2014) Z259.16 – Projeto de sistemas ativos de proteção contra quedas

Normas Suecas

  • SS-EN 363: 2002 – Equipamento pessoal de proteção contra quedas – Sistemas individuais de proteção contra quedas
  • SS-EN 354: 2010  – Revisões SS-EN 354: 2002 Equipamento pessoal de proteção contra quedas – Cordas (Norma sueca)
  • SS-EN 1497: 2007 – Revisões SS-EN 1497: 1996 Equipamento pessoal de proteção contra queda – Arneses de salvamento (Norma sueca)

Normas Austríacas

  • ONORM EN 363: 2008 – Equipamento pessoal de proteção contra quedas – Sistemas individuais de proteção contra quedas
  • ONORM EN 1498: 2007 – Equipamento pessoal de proteção contra quedas  para resgate e salvamento (Standard austríaco)

 

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