by Antônio Mendes Barros Filho Antônio Mendes Barros Filho

A teoria dos dois fatores.

 Segundo a definição de Idalberto Chiavenato em “Recursos Humanos” – Edição Compacta, Ed. Atlas. (2000, p.95), “clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e que influencia o seu comportamento”.

Assim, o clima organizacional é favorável quando proporciona satisfação e elevação do moral das pessoas inseridas em dado ambiente. É desfavorável quando frustra as necessidades daquelas pessoas.

E de acordo com Chiavenato (2000), isto leva a que, o estado motivacional das pessoas – no nível individual, induz ao clima organizacional – no nível da organização.

Pode-se, portanto, entender o clima organizacional a partir do estado motivacional dos indivíduos através da teoria da motivação de Herzberg (Herzberg, F. – A Motivação para o Trabalho – 1969), que se baseia no conteúdo do trabalho das pessoas e no ambiente.

Para Herzberg, a motivação no trabalho depende de dois fatores: Fatores Higiênicos e Fatores Motivacionais. Os Higiênicos estão relacionados ao ambiente e os Motivacionais ao conteúdo do trabalho.

Exemplos de Fatores Higiênicos: condição de trabalho, conforto, relação com a chefia ou com os colegas, salário, benefícios e políticas da organização.

Exemplos de Fatores Motivacionais: delegação de responsabilidade, desafios ao uso pleno das habilidades, participação na definição de como fazer o trabalho, possibilidade de crescimento e perspectivas de desenvolvimento pessoal.

Segundo Herzberg em sua teoria, a ausência de Fatores Higiênicos traduz-se em insatisfação e a presença de Fatores Motivacionais, satisfação. Para que haja motivação é preciso remover fatores de insatisfação e inserir fatores de satisfação.

Boa parte dos trabalhadores está posicionada no quadrante do gráfico de Herzberg, formado pelas ausências de fatores motivacionais e higiênicos. Portanto, o desafio é deslocar as pessoas no sentido da presença dos dois fatores e não estabelecer truques que tentam condicionar as pessoas, como as premiações por um esforço a mais.

Herzberg, um defensor da motivação intrínseca, em seu artigo “Mais uma Vez: Como Motivar seus Funcionários?”, chama de kick in the ass – KITA ao sistema de recompensa ou castigo (estímulos extrínsecos) que faz as pessoas se movimentarem no sentido da consecução de um determinado objetivo do trabalho, pela possibilidade de alcançar um prêmio prometido em troca do esforço extra.

O resultado alcançado por um KITA não se sustenta por ser um fator extrínseco e, ao longo do tempo, o desempenho do trabalhador assume o formato de um serrote. E aí vai uma boa pergunta: O KITA leva a um esforço maior ou o esforço menor induz o KITA? Afinal, quem chuta o traseiro de quem?

Antônio Barros (*)

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(*) Antônio Mendes Barros Filho é Consultor Máster, envolvido diretamente com a Gestão pela Qualidade Total desde 1992. Atualmente dirige um escritório de consultoria, filiado à rede Saffi Consultoria.