by Juarez Barbosa Juarez Barbosa

Erro Humano e Acidentes

Durante os últimos 30 anos, os 100 maiores acidentes que ocorreram na indústria de processamento químico e de hidrocarbonetos onde ocorreram centenas de pessoas feridas ou mortas, contaminou o meio ambiente, e causou mais de US $ 8 bilhões em danos materiais diretos.

Considerando que o custo real desses acidentes foi muito maior que os custos materiais por causa dos custos de interrupção de negócios associados, os custos de limpeza, custos legais, multas, perdas de mercado e assim por diante.

Nas Análise das causa deste acidentes o erro humano foi um fator significativo em quase todos esses acidentes.

A engenharia de confiabilidade vem a o longo dos anos reduzindo os efeitos de uma falha em um equipamento ou componentes mas temos que levar em consideração que qualquer tentativa séria para melhorar a segurança do processo deve abordar o fato de que os erros humanos no projeto, construção, operação, manutenção e gestão das instalações.

Demasiadas vezes, os gestores acreditaram no passado que os trabalhadores pudessem ser selecionados, treinados e motivados para operar adequadamente qualquer sistema.  Portanto, eles acreditaram que os erros humanos eram resultantes de descuido ou estupidez  e que a única maneira que eles podem reduzir os erros humanos é disciplinar os culpados quando ocorrem erros. Do ponto de Vista da Segurança Ocupacional os acidentes eram classificados em dois Grupos de Risco apenas: Ato Inseguro e Condição Insegura, e que os Atos inseguros eram causas de mais de 90% dos acidentes.

Gestores esclarecidos percebem que os trabalhadores descuidados ou negligentes representam apenas uma pequena fração do erros humanos em suas instalações; a maioria dos erros são cometidos por profissional habilidoso, cuidadoso, produtivo e bem-intencionado, ao invés de simplesmente culpar o indivíduo envolvido, esses gerentes deveriam tentar identificar o causas do erro na situação de trabalho e implementar ações corretivas apropriadas.

Dos 14 mil relatos de acidentes que tenho catalogado, quando analisado pelos gestores locais, os mesmos foram diagnosticados em mais de 70% dos casos como causa do acidente  – “Falha do executante na identificação ou percepção do Risco”.

Podemos afirmar que esta diagnose é no mínimo muito superficial, pode se considerar falha da percepção do risco como causa macro, mas o gestor neste caso deveria aprofundar mais na sua análise e tentar descobrir porque houve falha na percepção ou identificação do Risco por exemplo! Causas raízes que geraram a falha na identificação ou percepção do Risco podem ser:

  1. Falta de Conhecimento ou conhecimento insuficiente
  2. Falta de Sinalização ou Sinalização incorreta
  3. Falta de Informação
  4. Falta de padrão ou padrão deficiente
  5. Projeto deficiente ou layout deficiente
  6. Causas Fortuitas
  7. Deslize do executante
  8. Falta de aptidão física
  9. Falta de aptidão mental
  10. Estresse, Fadiga, Sono, Tarefas com repetitivas e ou com sobrecarga mental
  11. Falha na Gestão da Mudança
  12. Condições Ambientais Externas (chuva, vento, descarga atmosférica etc.)
  13. Condições Ambientais Internas, (calor, umidade, suor, temperatura etc.)
  14. Ambiente Desorganizado
  15. Condições Geradas por outros executantes
  16. Negligência
  17. Motivação incorreta/Violações
  18. Conflito de Prioridades
  19. Vigilância sem ocorrência de eventos por muito tempo!
  20. Ferramentas Inadequadas
  21. Falha na Programação de Computadores
  22. Falha no controle da Interface Homem Máquina.

Do ponto de Vista da Confiabilidade Humana temos que levar em consideração que as pessoas um dia vão falhar e Engenharia de Segurança deve pensar o tempo todo no que pode dar errado!

O Erro Humano para várias situações já é conhecido, hoje temos até estatísticas catalogadas de falha Humanas.

Taxa de Falha = Número de Erros/ Número de Medições

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A Área de Segurança deve levar sempre em consideração a pergunta:

Por que Treinamos e Padronizamos, mas continuamos a ter Falhas Humanas significativas em nossos Processos?

Então em seu plano de Mitigação de Riscos considere sempre em que houver algum risco de fatalidade que o último recurso a ser empregado para Mitigação seja o uso de Padrões.

 

A pergunta que acompanha a Engenharia de Segurança o tempo todo é:

O que pode dar errado?

 

Nosso objetivo é Salvar Vidas