by Juarez Barbosa Juarez Barbosa

Dediquei a maior parte deste ano a tentar alavancar e compartilhar conhecimento e informações que agreguem valor a gestão de risco e seja capaz de melhorar desempenho dos profissionais de segurança e da engenharia de segurança.

Neste post resolvi deixar de lado as questões técnicas e falar um pouco da importância do profissional de segurança ocupacional, apesar de não ser engenheiro de segurança, mas me dedicar com afinco ao assunto como formas de dar retorno social e levar meu aprendizado, que mesmo sendo pouco não me pertence e precisa ter acesso público.

A Engenharia de Segurança ao meu ver não recebe a devida atenção e o valor necessário quando comparado com outras áreas da engenharia, porque não faz parte do Core Business, ou seja, não faz parte do núcleo, ou meio de faturamento e sobrevivência da maioria dos negócios.

Não vemos empresas e a própria universidade criando conhecimento no mesmo nível da engenharia em geral, não temos os melhores talentos das universidades desenvolvendo tecnologia, modelando acidentes, buscando e desenvolvendo conhecimento para redução de acidentes com raras exceções, há casos em que isto ocorre, mas quando o acidente afeta o resultado do negócio, fato por exemplo que ocorreu na evolução da segurança na aviação.

Engenharia de Segurança não é um valor para maior parte das empresas brasileiras seja na indústria, construção civil e outras atividades. É para muitos um fardo que precisa ser carregado, muitas vezes por questões legais.

Os profissionais de engenharia de um modo geral ficam em segundo plano sem acesso a posições na alta administração das principais empresas por que na verdade não desenvolvem atividades de real interesse do negócio.

Então é para vocês profissionais de segurança anônimos é estou escrevendo este artigo.

Em 2015 teve um surto de peste Ebola no continente africano e eu como contribuinte do programa Médicos Sem Fronteira recebo sempre informativo sobre atividades deles.

Lembro-me que me marcou muito quando recebi um “Report do MSF” informando que durante o combate ao Ebola na África o MSF estava perdendo vidas de profissionais como Médicos, Sanitaristas, Enfermeiros, enfim gente que estava lá dedicado a salvar vidas no continente africano e controlar a disseminação do ebola.

O texto dizia mais ou menos o seguinte:

“Desde o começo da epidemia de Ebola na África Ocidental, em março de 2014, profissionais de saúde e de outras áreas dos Ministérios da Saúde dos países afetados, assim como de organizações não governamentais que os apoiam, têm estado na linha de frente da batalha contra a doença. Até o momento, seis profissionais das equipes nacionais da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) ficaram doentes, dos quais três, infelizmente, faleceram. ”

“Se não estiverem protegidos adequadamente, agentes de saúde diretamente em contato com pacientes correm o risco de contrair a doença. Acredita-se que mais de 240 profissionais tenham sido infectados – 120 morreram após a infecção por Ebola. Outros ficaram doentes e muitos estão com muito medo para virem trabalhar. Em Serra Leoa e na Libéria, poucos centros de saúde receberam os materiais necessários para isolamento, proteção e desinfecção, colocando mais profissionais e pacientes em risco. Hoje, diversos centros de saúde estão completamente desertos e milhares de pessoas estão sem cuidados médicos.”

Vi também entrevistas e relatos de diversos profissionais de saúde entre médicos e sanitaristas que deixaram países de origem com bons salários e hospitais de ponta , deixaram família mulheres e filhos e foram para o continente africano combater o Ebola.

De um deste Médicos ouvi quando perguntado o porquê tomou esta decisão de deixar o pais dele e ir para Africa; ele respondeu que, foi arrastado para lá pela sua consciência, disse ainda que, a maior chance do Ebola não chegar seu de origem pais e afetasse a segurança dos seus entes queridos, seria combater o Ebola no território africano, para dar mais tempo na pesquisa de uma vacina e aumentasse as chances de sucesso das pessoas que viviam no país de onde saiu!

Então estavam largando condições de trabalho, salários, família etc. para aumentar as chances de sobrevivência dos que ficavam.

Guardando as devidas proporções, também é o que faz o profissional de segurança, deixam as vezes uma carreira mais fácil e mais lucrativa para aumentar as chances de sucesso daqueles que estão no trabalho no dia dia expostos aos riscos inerentes às suas atividades.

A vocês incansáveis anjos da guarda dedico este post.

Nosso objetivo é salvar vidas!