by Juarez Barbosa Juarez Barbosa

E energia envolvida em acidentes com equipamento é sempre determinante para a severidade do evento

Acidentes com tombamento de caminhão nas estradas tem um nível de letalidade elevada devido a complexidade deste evento em termos probabilidade de choques, queda de nível e elevadas desacelerações.

Num tombamento e ou capotamento ser atingido por objetos cortantes, perfurante ou mesmo esmagamento, sofrer desacelerações elevadas são determinantes para probabilidade de fatalidade.

Muitas  empresas atribuem potencial de “Risco Fatal” para qualquer tipo de tombamento, baseada no pressuposto que tombamentos e capotamentos envolvem sempre energia suficiente para matar.

Como analisar um evento de tombamento lateral de um veículo do ponto de vista do Risco de Fatalidades? Esta é a pergunta que precisa ser respondida.

A primeira informação importante a ser obtida é a velocidade no momento antes do tombamento, a determinação da velocidade de um veículo envolvido em um acidente auxilia na determinação da dinâmica do evento e as energias envolvidas.

A maioria das empresas de transporte de carga e empresas de mineração hoje possuem controle de velocidade georreferenciado de seus equipamentos de produção, de modo que é possível de modo fácil obter esta informação.

Outra informação importante pode ser obtida no campo, é medir a distância que o veiculo deslizou sobre o solo após tombamento.

Temos com base nestas informações condições de calcular a desaceleração envolvida no evento atuante sobre o operador/motorista do veículo em questão.

As energias envolvidas no evento são:

E1= Energia

Dado que a velocidade do veículo antes do tombamento seja de 30 km/h

Transformando a Velocidade para m/s temos que dividir por 3,6 logo teremos;

V= 8,3 m/s

Medindo deslocamento da Massa sobre o solo no campo, esta medida é fácil obter pelas marcas deixadas no solo.

Admitindo que as marcas indiquem um deslocamento de 3, 0 m

Primeiro sinal de que as energias envolvidas são elevadas ou baixas são obtidas na verificação das deformações na cabine.

Temos catalogados centenas de eventos de tombamento em que podemos verificar a grande maioria dos acidentes que investigamos, os equipamentos tinham deformações desprezíveis na cabine no Operador.

Nestes casos a Energia quando não há grandes deformações na cabine a Energia foi absorvida em sua maior parte pelo atrito no processo de desaceleração do veiculo

Para determinar se um evento tem potencial de gravidade fatal temos que considerar desaceleração a que foram submetidos, o operador e o equipamento.

Considerando o veículo num plano:

Vejamos:

Ec = Energia Cinética Antes do Evento= ½ m V²

W= F d Trabalho realizado para parar o equipamento

Fa= força de atrito

Fa= μ N

N= mg

d= deslocamento

m= massa

a= desaceleração

V= Velocidade antes do tombamento

½ mV² = F d

½ mV² = μ N d

½ mV² = μ m g d

Precisamos determinar o Coeficiente de Atrito do Solo:

Como temos a Distância percorrida do equipamento arrastando no solo depois do tombamento e temos a velocidade no momento limite ao tombamento teremos:

μ = V²÷ 2 g d

Dado que no exemplo:

D = 3 m

V= 8,3 m/s

μ = 8,3² ÷ 2 x 9,8 x 3

μ = 1,17

 

Como Fa= μ N

e

F= m a

Teremos:

m a = μ N

m a = μ m g

a= 1,17 g

Logo neste caso o operador e caminhão foram submetidos a esforços que não serão capazes de gerar fatalidades pois estiveram sob uma desaceleração de “1,17 g” onde g= aceleração da gravidade, neste caso muito baixa para gerar uma fatalidade do operador dentro da cabine com cinto de segurança acoplado.

No post abaixo tratamos das desacelerações que podem levar a fatalidades

https://consultoriaengenharia.com.br/seguranca-ocupacional/variacao-do-vetor-velocidade-em-acidentes/

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