Fibra artificial ou sintética
Foi desenvolvida em 1930, quando os cientistas da DuPont descobriram os polímeros sintéticos que fariam filamentos. As propriedades e aplicações da fibra sintética utilizada nas cordas diferem em vários aspectos. Vamos, então, conhecer rapidamente os tipos de cordas sintéticas:
O Nylon produz a mais forte e flexível de todas as cordas. Isso porque a estrutura molecular do material possibilita a produção de fibras muito largas e contínuas que, pela disposição torcida, permitem maior elasticidade. Cordas de nylon têm grande resistência no resgate, não apodrecem com o mofo, fungos ou bactérias. Quando molhadas, perdem 15% da capacidade de carga. São inertes a produtos derivados de petróleo, que acabam atraindo areia e terra, e resultando num desgaste maior do equipamento. O contato com produtos químicos deve ser evitado para não provocar danos, como o enfraquecimento e até mesmo a destruição do equipamento. As cordas de nylon se degradam quando expostas aos raios ultravioleta. O mesmo ocorre com temperaturas elevadas. O ponto de fusão do nylon é 250º C.
O Poliéster apareceu quase que simultaneamente ao nylon, mas com características bem diferentes, já que suas fibras são mais pesadas e menos resistentes em 15%. As vantagens estão na capacidade de carga e abrasão, ainda quando comparado ao nylon. O poliéster possui baixa capacidade de absorção de carga de choque. A absorção de água é mínima e tem boa resistência à exposição de raios ultravioleta. O ponto de fusão é 260º C, temperatura que pode ser atingida facilmente em descidas muito rápidas.* Muitas cordas disponíveis possuem a capa de poliéster e a alma (também chamada de núcleo) de nylon. Nesses casos, a alma promove uma alta capacidade de carga de choque enquanto a capa de poliéster garante proteção contra raios ultravioleta.
O Polipropileno e o Polietileno proporcionam a fabricação de uma corda capaz
de flutuar. As fibras são 60% mais frágeis que o nylon. São altamente resistentes a ácidos e produtos químicos, mas raramente usadas em operações que envolvem vidas.
O Kevler é uma fibra aramídica patenteada pela DuPont e destinada a inúmeras aplicações. Estas cordas possuem alta capacidade de carga, porém, baixa resistência à abrasão e cargas de choque.
Corda de Kernmantle (miolo/núcleo encoberto)
O significado é de núcleo encoberto, uma descrição precisa de seu método de fabricação. É coberta por uma grossa camada de fechos de fibra de nylon, feitos de forma contínua. A capa, na maioria das vezes, é formada pela fibra de poliéster trançada. Com elasticidade limitada, é altamente resistente a trabalhos e resgates que envolvem vidas, ganhando grande aceitação em operações contra incêndios, trabalhos em altura e resgates.
Cordas semi-estáticas
Uma corda estática Kernmantle se estira aproximadamente 2% com uma carga laboral normal, e num choque severo de carga, pode estirar até 20%, chegando próximo de sua carga de ruptura. A corda estática não tem capacidade suficiente para dissipar grandes forças por isso o usuário deve estar sempre abaixo do ponto de ancoragem. A corda é estática quando tem aparência monocromática.
Cordas dinâmicas (elásticas)
São bastante utilizadas pelos escaladores e estão destinadas especificamente para dissipar a energia de uma caída. Em uma carga laboral normal, possuem elasticidade de 7% a 10 %. Quando submetidas à carga de choque, se alongam de 40% a 60%. Por regra, a corda dinâmica é usada em qualquer situação onde o ponto de ancoragem encontra-se abaixo do trabalhador. Este recurso, porém, não deve sofrer abusos. A corda dinâmica é policromática, ou seja, não há predominância de uma única cor.
Considerações sobre cordas
Os operacionais industriais tratam a ferramenta pelo nome de corda, diferentemente dos bombeiros militar e marinheiros, que a chamam de cabo. Os nomes podem ser diferentes para diversos usuários e finalidades, porém as técnicas de utilização são bastante semelhantes.
Para oferecer segurança a quem trabalha em altura (resgates), a Agência Norte Americana de Proteção de Incêndio (NFPA) desenvolveu normas para serviços de incêndio com cordas e equipamentos de resgates. Este conjunto de normas chama-se NFPA 1983, e traz especificações minuciosas. Estas normas exigem que a corda suporte uma força 15 vezes maior que a da pessoa que a utiliza.
Vida útil da corda
A vida útil depende da frequência e do tipo de uso. A corda pode sofrer danos irreparáveis durante sua utilização. Equipes de resgate de Nova York fazem até 700 operações normais na mesma corda.
Vida útil média
- Uso intensivo: 3 meses a 1 ano
- Uso semanal: 2 a 3 anos
- Uso ocasional: 4 a 5 anos
A corda deve ser desprezada quando:
- Sofrer uma queda
- Apresentar a alma (núcleo) aparente
- A capa apresentar grande desgaste
- Entrar em contato com agentes químicos
Em qualquer circunstância, a vida útil da corda não deve exceder cinco anos. O período de armazenagem e uso acumulado não deve jamais exceder dez anos.
Critérios de Segurança
- a) Evitar contato com substâncias químicas;
- d) Não expor ao sol sem necessidade (raios ultra violeta);
- c) Evitar atrito entre duas cordas em movimento;
- d) Não deve pisar nas cordas, destinadas a salvar vidas;
- e) Quando molhadas, secar a sombra e em lugar com ventilação;
- f) Revisar antes e depois de cada atividade;
- g) Evite rapel ou descidas muito rápidas. Isto pode levar à queima da corda e acelerar o desgaste da capa. A temperatura de fusão do poliéster é de 260º C. Esta temperatura pode ser atingida em descidas muito rápidas;
- h) Desfazer todos os nós após as atividades;
- i) Dimensionar o diâmetro da corda para o equipamento utilizado;
Critérios de Lavagem e Armazenamento
a) As cordas não devem ser lavadas com sabão comum. Usar sempre sabão ou detergente neutro;
b) O processo de secagem deve ser natural e à sombra;
c) Cordas não devem ser guardadas molhadas ou úmidas, caso seja necessário transportá-las para local mais adequado para a lavagem, transporte em recipiente que favoreça a ventilação;
d) O local onde a corda vai ficar armazenada (almoxarifado, mochila, quartinho dos fundos, loja ou depósito) deve ser fresco seco e ventilado;
e) Cordas e equipamentos de resgate em altura devem ficar longe de produtos químicos, seja na indústria ou em casa, mesmo que estocadas em recipientes fechados;
f) Evite enrolar as cordas entre o cotovelo e a palma da mão porque isso dificultará a utilização posterior. Além disso, a corda fica torcida, o que, numa situação de emergência, acarretará problemas;
Critérios de Inspeção e controle de utilização
a) Como já abordamos anteriormente, a inspeção deve ser feita antes e depois de toda utilização;
b) Esta inspeção deve ser feita centímetro a centímetro, independentemente do comprimento da corda. Tudo deve ser anotado;
c) Caso identifique algum dano na corda, deve-se eliminar o mesmo, cortando-a, utilizando o ponto de ruptura para trás ou do ponto para frente. Se ocorrer em vários pontos de ruptura, deve-se sacrificar a corda;
d) A inspeção deve ser feita sempre por dois usuários, em série, e em toda sua extensão;
e) Após a inspeção, se a corda for guardada, deve-se identificá-la com etiqueta no recipiente de transporte, onde conste o que foi feito e por quem, além da data da vistoria.
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