by Juarez Barbosa Juarez Barbosa

Acredito que o conceito de Risco no mundo atual seja de domínio público em geral, e com certeza esta palavra já foi pronunciada várias vezes por você.

Risco normalmente tem uma conotação negativa e está normalmente associado a uma perda ou prejuízo, mas a palavra risco também pode ser usada para algo positivo, como por exemplo, alguém exclamando que vai correr o risco de roubar um beijo, ou mesmo correr o risco de ganhar na loteria.

Risco conceitualmente por ser definido como probabilidade de um fato ocorrer gerando um efeito mensurável.

De um modo geral a palavra risco é mais usada para de calcular a probabilidade de um fato danoso ocorrer, logo Risco é medido pela grandeza do dano e pelas chances deste dano de fato acontecer, isto torna o Risco é uma grandeza mensurável.

Por ser uma grandeza mensurável temos a enorme vantagem de tornar diferentes riscos comparáveis, tornando então o processo decisório mais fácil de ocorrer, com maior precisão.

Do ponto de vista financeiro o risco pode ser definido a medida do grau de incerteza na obtenção do retorno esperado em uma determinada aplicação financeira.

Do ponto de vista do Conselho Nacional da Saúde Risco é a possibilidade de danos à dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano.

Risco é uma grandeza dimensional capaz de medir uma infinita gama valores sociais modernos, por exemplo: Risco de um determinado projeto trazer um impacto ambiental é classificado como risco Ambiental, podemos também ter Risco Ocupacional que é o risco de ocorrer acidente no ambiente de trabalho, Risco de Imagem é o risco de perdas decorrente de alteração da reputação de um determinado produto ou negócio perante concorrentes, clientes, governo ou sociedade de modo geral, temos ainda Risco Financeiro, Risco de Mercado, Risco Legal, que são outros exemplos de risco.

Se as prováveis consequências de um Risco são consideradas como sempre ruins, não oferecendo nenhuma chance de ganho este risco é designado “Risco Puro”

Por outro lado, se as consequências possíveis de um risco são consideradas potencialmente desejáveis, esse Risco é designado como Risco Especulativo, e é tratado como uma oportunidade.

Risco significa coisas diferentes para pessoas e culturas diferentes em tempos diferentes. Porém, um elemento que é comum para todos os conceitos de risco é a noção de incerteza. Se nós soubéssemos o que iria acontecer a seguir, não existiria nenhum risco, pois tudo seria previsível.

Risco é algo inerente a atividade humana ou olhando de um modo mais radical a tudo que tem vida, os gregos consideravam a coragem a maior virtude humana, que os igualava aos deuses, porque nenhum deus tem coragem, pois coragem é predicado de quem é mortal, a mesma lógica vale para o risco, só os mortais correm risco.

É fácil perceber que mesmo que de modo informal a avaliação de “Risco” é tão antiga quanto à existência do homem. Na savana africana quando ainda éramos homens primitivos, já tomávamos decisões baseadas no risco, desenvolvemos métodos de caça e armas de modo a mitigar o risco na caça. Por exemplo as mulheres foram afastadas da caça por que não conseguiam desenvolver a mesma velocidade que o homem, porque tinha abacia mais larga e menos células musculares que os homens.

Outro exemplo pode estar na confecção de armas, inicialmente as lanças eram usadas na curta distância, ou seja, o caçador tinha que fincar a lança na caça e isto aumentava demasiadamente risco que quando comparado a uma lança arremessada à distância, e evolução na construção de lanças mais leves que podiam ser arremessadas, permitiu carregar menos peso atingir velocidades maiores e atacar à distancia então esta evolução na forma de caçar e atacar reduziu muito riscos e aumentou possibilidades de sucesso do grupo que usou esta estratégia.

As guerras e disputas de território também trouxeram muita evolução na gestão de risco e estratégia pois nenhum grande guerreiro, general ou líder em sã consciência nunca começava uma guerra sem antes fazer uma avaliação de riscos, seu sucesso, sua vida e de seu povo dependiam disto. Aqueles que fizeram não sobreviveram, logo a boa gestão de risco torna seletivo, sobrevivem os melhores.

No livro a Arte da Guerra temos um exemplo disto quando o General Zun Tsu, apregoa:

“Se conheces o teu inimigo e conheces a si próprio e tiveres cem combates a travar, cem vezes sairá vitorioso, se ignoras teu inimigo e conheces a ti mesmo tuas chances de ganhar e perder serão as mesmas, se ignoras ao mesmo tempo o teu inimigo e a ti mesmo, só contaras teus combates pelas tuas derrotas”

Veja bem que por volta de 500 DC “Zun Tsu” estabelecia mesmos que informalmente os elementos básicos e fundamentais para uma avaliação de risco no que se refere a avaliação dos cenários e definição ou estimativa de probabilidades de sucessos.

De um modo geral nem sempre o comportamento do homem trilhou esta direção, por um longo tempo acreditou-se que o universo era determinístico, isto levava a uma aceitação de tudo, já que as coisas estavam predeterminadas e acontecia por desígnios divinos, neste caso o homem permanecia passivo e não era dono de seu próprio destino.

Particularmente o interesse pelo gerenciamento de risco surgiu informalmente por volta de 1800 quando no Reino Unido fazia-se um esforço na contensão e controle de epidemias, naquela época notou-se que, apesar de ainda não conhecerem vírus nem bactérias, havia uma correlação de certas doenças com a aglomeração de pessoas e decorrente de determinadas condições ambientais.

Em 1842 o Relatório Chadwick relativos às Condições Sanitárias das Classes operárias reconhecia que doença atingia com maior frequência as pessoas onde existia trabalho em ambientes fechados com pouca ventilação e ou congestão urbana.

O Relatório reconhecia que fornecendo água limpa, serviço de saúde pública e moradias razoáveis, o problema seria contido, se não resolvido. De modo informal estava aí sendo dados os primeiros passos na gestão e mitigação de riscos.