Quando no universo existem sistemas onde que você consegue estabelecer uma lei linear que permite estabelecer com certeza o resultado através de uma equação, neste caso podemos dizer que são sistemas determinísticos. Ou seja, dado uma gama de entrada de dados conhecida é possível se conhecer o resultado com certa exatidão.
Por exemplo, a força de atração entre dois corpos no espaço é determinada por uma lei linear.
Neste caso como estamos falando de um universo determinístico, não haverá surpresas ao verificar que qualquer planeta do sistema solar irá se comportar em relação ao sol ou a sua lua da mesma forma, até mesmo em outros sistemas solares de outras galáxias.
Se todo universo fosse determinístico não haveria necessidade de se buscar conhecer risco, pois conheceríamos o resultado de tudo muito antes dele ocorrer.
Porém nem tudo é determinístico, aliás, a maior parte dos eventos do universo é regida por leis não lineares. A formação de uma nuvem no céu, por exemplo, pode ser desencadeada e se desenvolver com base em centenas de fatores que podem ser o calor, o frio, a evaporação da água, o vento, clima, condições do sol, topografia local e inúmeros outros.
Neste caso quando o resultado de um processo segue leis não lineares, temos aí um universo que precisa ser conhecido por leis probabilísticas, neste caso você nunca vai ter 100% de certeza, mas vai ser capaz mesmo assim de fazer previsões e tomar decisões que permitam gerar um resultado com razoável chance de sucesso.
Conhecida como teoria do Caos é a teoria que tenta entender o Caos, descobrir na aparente total desordem uma ordem, todos os sistemas complexos e dinâmicos não lineares, outrora considerados Caos, podem ser conhecidos e permitindo-se tirar deles previsões, para tal é necessário fragmentá-los e modelá-los.
Segundo Stacey (1991), “O Caos não significa desordem absoluta, ou perda completa da forma. O Caos significa que sistemas guiados por leis perfeitamente ordenadas podem se comportar de maneira aleatória no longo prazo.
Aumentando as chances de Sucesso
1- Conhecer as regras do jogo
Para início de conversa, isto é parte obrigatória de qualquer planejamento estratégico.
Neste contexto a Mudança é a palavra-chave, em conhecendo as regras do jogo a única certeza que você vai ter é que vai haver mudanças. Qualquer que seja o ambiente e cenário estudado vai haver mudanças que irão impactar decisões futuras, comportamentos e resultados. Logo gerenciamento de risco é um processo dinâmico, assim como a planejamento estratégico da organização.
Em um universo com relações cada vez mais complexas e mais globalizadas, as mudanças, são cada vez mais rápidas, intensas e voláteis.
Veja que as mudanças são influentes quanto ao impacto e seus efeitos no tempo, por exemplo, se uma mudança ocorre e tem um efeito negativo, este efeito pode ser dimensionado em valor monetário ou mesmo numa exponencial numa avaliação qualitativa que você vai classificar para posterior ranqueamento e priorização.
Ë muito importante saber que uma mudança tem impacto no tempo, podemos ter uma mudança agora com impacto imediato ou com impacto no médio ou longo prazo.
Vamos dar um exemplo que ocorre no Brasil, o petróleo sobe no mercado internacional, mas leva algum tempo para os combustíveis como gasolina e diesel subir no mercado interno, neste caso se o impacto da mudança leva um espaço de tempo para ocorrer quanto maior este tempo maiores são suas chances de ter sucesso na tomada de decisão de mitigação destes impactos. Quando o resultado de determinadas mudanças gera um efeito catastrófico e isto ocorre num espaço de tempo muito curto, este tipo de risco tem que ser previamente mitigado, melhor exemplo é incêndio numa loja de tecidos, se o mesmo vier a ocorrer vai trazer um impacto imediato, podendo fechar o negócio, logo este risco vai ter que ser previamente mitigado com o seguro das instalações e do estoque.
2 – Saber para onde se quer chegar
É preciso primeiro saber onde está para depois saber para onde você quer ir e mais importante ainda é que para chegar aonde se quer ir precisaremos de um bom plano vôo. Segundo Peter Drucker, “planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas a implicações ou impactos futuros de decisões presentes”.
Pode parecer fácil, mas saber aonde se quer ir não é tão simples assim, nem todo mundo sabe, nem todo líder de uma grande organização sabe, mesmo porque até podemos achar que sabemos e estamos indo para no caminho errado.
Para se ter um bom nível de acerto como já foi dito no quesito conhecer as regras do jogo a análise dos cenários, internos e externos da organização.
E a partir de aí estabelecer planos e metas quem conduzam a organização na direção do objetivo, isto é obtido no Planejamento estratégico. Também será preciso ter como aferir se está seguindo o plano, além de estar atento às mudanças dos cenários durante o percurso, sem isto não se pode corrigir rumos, sem aferição e acompanhamento do plano e correção de rumos é melhor nem se mover, porque as chances de sucesso com certeza serão muito baixas, com gasto de energia e custos elevados.
3 – Ter um Método e ter disciplina de seguir o Método
Para ter sucesso é preciso método, sem método você fica à mercê do vento, qualquer que seja o jogo a organização precisa, definir um método que aumente suas chances de sucesso, e ter determinação e disciplina em segui-lo.
Talvez aqui resida o maior risco, muitas organizações, sabem aonde chegar, tem um plano, mas não consegue mover toda organização na direção correta, seguindo o plano restabelecido.
Vejamos um bom exemplo de como podemos usar método e probabilidade para aumentar nossas chances de sucesso aplicando os três quesitos com o objetivo de vencer o cassino num jogo de roleta.
Os jogos de cassino são feitos de modo a trazer a probabilidade de ganhos para o empreendimento, mas mesmo neste cenário desfavorável é possível ter sucesso, fazendo uma análise simples de modo a trazer a probabilidade a seu favor.
O risco neste caso para o apostador é perder dinheiro, veremos no capitulo “Tirando vantagem do Risco” como tirar proveito das leis probabilísticas de modo a aumentar significativamente suas chances de sucesso.
Vou usar o jogo de roleta como exemplo de como atuar num universo probabilístico e mesmo assim ter sucesso. Podemos depois fazer extrapolações para sistemas mais complexos e obter sucesso.
4 – Conhecendo as Regras do Jogo
A Roleta é um jogo de azar, muito comum em cassinos cujo nome vem do termo francês roulette, que significa “roda pequena”.
O jogo de roleta permite uma grande variedade de apostas, as apostas mais comuns principalmente os que jogam pela primeira vez, é a aposta num número qualquer entre o e 36 , do ponto de vista probabilístico este tipo de aposta é a mais difíceis de ganhar, mas pagam mais.
Para efetuar este tipo de aposta simplesmente selecione um número em particular e coloque suas fichas nesse número. Ganhará $36 para cada $1 que apostar. As apostas divididas permitem ao jogador colocar suas fichas entre dois números. Isto dá a oportunidade de ganhar se qualquer um dos números sair. Serão pagos $16 para cada dólar que você apostar neste tipo de jogo. Uma aposta de rua dá a possibilidade para um jogador ganhar por escolher uma rua de três números. O pagamento é $10 para cada $1 apostado. Uma aposta quadrada é feita por colocar as suas fichas no centro de um quadrado de quatro números. Se um dos números surge, ganhará $8 para cada $1 que apostou.
Um jogador simplesmente pode apostar em uma cor em que a roleta irá parar pode ser preta ou vermelha, ou mesmo se o número será par ou ímpar. Este tipo de aposta, por exemplo, tem as melhores hipóteses de ganhar numa possibilidade próximas de 50%. Para este tipo de aposta o jogador ganha uma ficha para cada uma apostada.
Como pode ver, há muitas maneiras de apostar no jogo da Roleta, vamos abordar uma forma bem simples, como exemplo de aumentar suas chances de sucesso.
Há dois tipos de roleta, uma roleta Europeia com uma roda de 37 números (de 0 a 36) e há também a roleta Americana com 38 números (1 a 36 além de zero e 00).
Vamos supor que você esteja jogando numa roleta Americana de 38 números, e que resolva apostar no Par, esta aposta você ganha uma ficha de mesmo valor em qualquer número par que sair, sendo 18 possibilidades favoráveis entre zero e 36.
Para calcular suas chances de sucesso precisamos recorrer a estatística no conceito de Probabilidade, a palavra probabilidade deriva do Latim probare (provar ou testar), mas de um modo simples podemos definir como chances um evento acontecer.
No caso em questão para você calcular a probabilidade de sucesso temos a seguinte equação:
No caso em questão como são 18 números pares em 38 possibilidades (38 porque são uma sequência de números de 1 a 36 mais zero e zero), logo suas chances de ganhar são, 18/38 ou seja chances de 47,37%
Veja bem; você precisa pensar que não vai ficar saindo números impares indefinidamente, você pode agora calcular a probabilidade de passar um número de jogadas saindo impar sequencialmente, sua opção neste caso então é:
Se perder uma ficha, precisará jogar duas fichas no par novamente, uma para recuperar a ficha anteriormente perdida e outra ficha para vencer o desafio de derrotar o Cassino.
Sua melhor jogada deve ser a que aumente suas chances de ganhar, logo você deve repetir a opção de jogar no número par, pois a probabilidade de sair impar em duas jogadas consecutivas é de 22,44% então suas chances de ganhar são de 77,56% e assim vai, em três jogas consecutivas a probabilidade de você ganhar sobe para 89,37% e na quarta rodada chegaria aos 94,97%. Logo se você for capaz de suportar as perdas de umas poucas jogadas consecutivas desfavoráveis você vai sair vencedor.
Isto é um exemplo simples de que você com uma abordagem correta pode mudar o resultado e tomar a decisão de modo a aumentar suas chances de ganhar. Você neste exemplo pode aumentar tanto estas chances que você com certeza vai ganhar…
Gestão de Risco é na verdade a busca da redução das probabilidades de insucesso, ou melhor, a busca de maior probabilidade de sucesso.
Num ambiente de negócio competitivo é fundamental que quando da elaboração do planejamento estratégico se leve em consideração as ameaças ao negócio.
Neste caso do ponto de vista da gestão de risco todo bom gestor vai ter que se preocupar com a tomada de medidas de mitigação do risco quando possível, por outro lado temos que ter abertura de visão para também considerar uma ameaça identificada no planejamento estratégico como uma oportunidade, vejamos um exemplo.
Existe uma quantidade muito grande de pessoas não investe porque teme correr riscos. Mas, a verdade é que não existe maior risco para a saúde financeira do que a inércia. Deixar o tempo passar e ficar esperando o momento correto para planejar o seu futuro financeiro é o maior risco que você pode correr.
Comece tomando consciência de que não há como evitar, por completo, o risco. Ele está por aí. Não se esconde apenas no mercado financeiro, na mudança de emprego etc. Toda tomada de decisão vem associada com ele um risco e o pior é que muitas vezes a não tomada de decisão embute um risco muito maior.