by Juarez Barbosa Juarez Barbosa

Não existe em nenhum processo de medição um resultado com um valor absoluto estamos sempre aferindo segundo a precisão de um instrumento, mas o mais importante é saber entender que toda vez que fazemos uma medição estamos de algum modo interferindo no meio medido e mudando seu comportamento seu estado físico, esta constatação foi feita por vários cientistas, mas que tratou deste assunto com mais propriedade acho que foi Werner Heisenberg.

Certa vez fui executar medição num pistão de bomba injetora de um motor diesel, utilizando um micrometro de precisão de descobri que após várias tentativas de medição com valores surpreendentemente diferentes com desvio sempre para um valor maior, minha ficha caiu quando tentei introduzir o pistão no bloco da bomba e ele não entrou… daí percebi que ao medir o contato com minha mão provocava dilação no diâmetro do pistão e que devido à baixa folga entre o mesmo e furo no bloco impossibilitou temporariamente sua montagem. Então fui descrever um método para aferição de desgaste em pistão de bom com controle de temperatura na medição.

Este exemplo serve para confirmar o que Werner Heisenberg disse em relação a qualquer processo de avaliação científica, toda e qualquer avaliação existe uma incerteza decorrente do instrumento de medição e uma mudança no meio medido ou observado pelo simples fato de estar sendo aferido.

O que qualquer processo de avaliação de segurança ou mesmo auditoria, toda vez que estamos aferindo o grau de adesão do avaliado a um protocolo, quesito de legislação etc. estamos aferindo com uma mudança no comportamento do auditado que é alterado pelo fato de estar sendo auditado ou observado e pelo fato de estarmos muitas vezes limitados a uma pequena amostragem de aferição que pode dar uma fotografia errada ou distorcida da realidade.

Aos profissionais da área de segurança podemos afirmar que a realidade nunca é a mesma quando um executante ou equipe está sendo auditada ou mesmo observada, quando comprado ao fato de não estar ocorrendo nenhuma observação ou interação com equipe de segurança, a experiência nos diz que é sempre para pior.

O Simples fator de se aferir e auditar o processo rotineiramente e frequentemente começa a provocar um processo de mudança pois vai alterar percepções, criar novos hábitos de comportamento, aumentar a intolerância ao risco etc.

Audite o processo não para punir ou simplesmente criticar mas para principalmente motivar o executante a aderir aos melhores padrões de risco a mudar comportamento principalmente reconhecendo acertos é claro e você vai ter uma agradável surpresa na melhoria do desempenho e resultados tanto considerando a taxa de severidade como taxa de frequência.

Faça da avaliação de segurança uma rotina, vai haver desenvolvimento das pessoas e melhorias do ambiente de trabalho, o papel do auditor é provocar melhorias, então seja educado e persuasivo.

Fazendo disto uma rotina sua capacidade de identificação de riscos também vai aumentando, cresce neste processo auditores e auditados num ciclo virtuoso.

 

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